sexta-feira, maio 23, 2008

O dia em que descobri que eu era um cd



Vejam só!
Estávamos cantando e tocando, já há quase uns bons 15 minutos, quando a dona do estabelecimento se aproximou e (fazendo carinha, vozinha e beicinho de criança) nos perguntou:
será que dava pra fazerem um intervalo menorzinho entre uma música e outra?
Nos entreolhamos, pasmos.

O meu violonista, falou (sarcástico): é que a cantora tem que virar a página do caderno, né?
E eu, no mesmo clima, disse-lhe:
e eu preciso tomar um gole de água!

Se ela eu fosse (pra início de conversa, jamais cometeria tamanho pecado e heresia), sairia da nossa frente morta de vergonha, mas ela saiu com cara de paisagem (afinal, era o normal vindo de alguém tão sem refinamento).

E, eu e os músicos nos perguntamos, em uníssono: ela pensa que a gente é um cd, é?



Agora até que dá pra rir um tiquinho (tamanho é o absurdo!), mas na hora só consegui pensar na quantidade de sapos que a gente tem que engolir pra poder fazer aquilo de que gosta.

7 comentários:

Maria disse...

Ai Letícia, até estou com tosse de me rir....
Tu, e os meninos, um CD? Não te conhece não, hehehe...
Se em vez de beberes água no final de uma cantiga beberes uma rosca, ao fim de três cantigas eu quero ver, hehehe... a mulher foge, LOL

Beijão enorme
(espero conhecer um dia destes essa ave-rara)!!

Leticia Gabian disse...

Maroca, Maroca... O que a gente tem que aguentar em nome do amor ao que faz!!!!!!!!!

Hehehe! Ainda bem que eu fico só na água, senão.... Aiaiaiaiai!

Pois é, amiga, eu coleciono histórias (verdadeiras pérolas), nesse meu caminhar pela estrada da música. Quem sabe, um dia, ainda edito um guia para iniciantes? Hehe!


Beijão!

RENATA CORDEIRO disse...

Se gosta de Blade Runner, há de gostar do outro sobre o qual acabei de postar.
Postei sobre um filme que vc já deve ter visto, mas que vemos sempre duas vezes.
Dá uma passada lá:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
não há ponto depois de www
Renata M. P. Cordeiro

zmsantos disse...

Letícia, voçê provocou a primeira risada desta minha semana que começa.

Malvada sociedade consumista. Tem gente que só vê máquina à frente.

O tempora, o mores.

Beijinho

Leticia Gabian disse...

E assim é, amigo Zé Manel!
Nem sempre as coisas caminham em pares. Quando se tem muito dinheiro, nem sempre se tem refinamento (sensibilidade) dentro da mesma proporcionalidade. Há mesmo um grande descompasso e em algumas pessoas consegue beirar a catástrofe total.
Mas, vamos levando!

Abrações

João Videira Santos disse...

Surpresa...descobri que você canta...Canto suave, ideal para predispôr, depois de um dia agitado. Como autor de algumas canções, devo confessar: Sem simpatia...gostei. Parabéns!

Leticia Gabian disse...

João,
És o homem dos sete instrumentos... Pinta, compõe, escreve... Puxa!

Cantar é o meu grande descompressor. Pelas canções, expresso o que me vai por dentro... Alivio, potencializo, minimizo e até me resolvo. É uma grande terapia!

Um abraço