sexta-feira, setembro 29, 2006

Mais máscaras pintadas em panô de parede






Além de pintar um tema que adoro, uso de fundo o verde que é a minha cor preferida.

terça-feira, setembro 26, 2006

Maria

Vamos chamá-la de Maria, moça que já podia ser considerada jovem senhora, embora intimamente se sentisse como a menina cujo pai sabia seus desejos e quereres.

Perdeu seu modelo masculino muito precocemente, deixando-a com apenas dezenove anos (uma menina realmente). Daí passou a buscá-lo em cada homem com quem se relacionou durante a vida. Mas, nenhum adivinhava os seus desejos e quereres.

E Maria tampouco sabia expor suas vontades. Julgava-se transparente. Não aprendera a falar. Não precisava. Seu pai intuía seus desejos e quereres.

Nem mesmo seu filho foi e é capaz de realizar seus desejos e quereres. Já possui os dele.

Hoje ela usa os sons e os tons como seus intérpretes.

Será que Maria finalmente cresceu?

domingo, setembro 24, 2006

Fotos no Multiply

Oi, pessoal!

Quem se interessar em ver fotos sobre a cidade onde vivo, minha casa, família e outras cositas, entre no
http://leticiagabian.multiply.com .

A foto aqui em cima é do lugar onde eu pinto (espaço bagunçado, mas que tem o maior astral).

Pra deixar comentários é preciso abrir uma conta (gratuita) e daí, quem desejar, pode até criar um blog também.

Espero vocês.

Beijos cheios de Axé.

sábado, setembro 16, 2006

Música na Janela




O rapaz e a moça viviam em prédios, um em frente ao outro. As janelas, em paralelo, eram telas a passar cenas da vida de cada um. O rapaz, embora tivesse uma rotina normal de casa e trabalho, vida social (era popular com as garotas), adorava perder-se em contemplação pela moça. Ultimamente, a moça da janela não desocupava seus pensamentos. Não era pra menos. Ela parecia não ter uma vida fora da janela. Ficava lá o dia inteiro e continuava noite adentro. A cena mais costumeira era quando ela colocava música e empunhava uma escova, como se fora um microfone, e começava a dublar ou cantar o que estava escutando. Passava horas assim. E ele a olhar.

Meses se passaram sem que o rapaz sequer conseguisse um contato visual. A moça parecia viver em seu mundo particular, ignorando o real à sua volta. Mesmo intimamente reconhecendo que sua musa pudesse ter algum problema de ordem mental, dava-se a desculpa de que ela era difícil e não costumava dar bola pra qualquer um. O rapaz já estava naquele estágio da paixão, no qual se inventa e se cria o objeto de desejo.

Até que um dia, de volta do trabalho e ansioso por revê-la, teve a maior surpresa (muitas vezes imaginada) - a moça olhou diretamente pra ele e perguntou: Você sabe consertar uma torneira que está vazando?
Ah....claro que ele sabia, se não sabia ia aprender no ato! E lá foi ele, voando escada abaixo (nem conseguia esperar pelo elevador), voando até o apartamento da moça. Ela o recebeu na porta com (segundo ele) “o olhar e o sorriso mais lindos que um ser humano poderia possuir”.

Torneira funcionando... amizade de vento em popa... olho no olho... mão na mão... o primeiro beijo... e lá estavam os dois em pleno namoro. Seis meses depois, casamento. E foram viver em um apartamento de vista para o mar.

Poderia encerrar aqui esse conto água com açúcar, mas a minha consciência me impede de omitir um fato importante. Depois de um ano de vida “normal”, em conjunto, o rapaz volta do trabalho. Qual não foi sua surpresa ao constatar que a moça não se encontrava em casa. Horas foram se passando. Nenhuma notícia. Nada. O rapaz, em total desespero, resolve sair para ir dar queixa numa delegacia. Foi dirigindo e no caminho, ao passar por uma loja de CDs e aparelhos eletrônicos e de som, viu a moça do lado de dentro da vitrine. Parou o carro e correu ao seu encontro. Chamou por ela, gritou seu nome, deu murros no vidro... e nada acontecia. A moça (de volta ao seu mundo) cantava ao som de um aparelho de karaokê. Do lado de fora uma multidão, alheia ao drama do rapaz, se ria e zombava.
Na vitrine, a moça se deliciava com o seu momento de glória.

domingo, setembro 10, 2006

Mais um desafio - Meus defeitos

Atendendo a um convite de Cris, do Lâmina d'Água ( que me deixou muito honrada pela lembrança), vou aqui tirar toda e qualquer máscara e enumerar alguns dos meus maiores defeitos ( ou os que me vierem à lembrança, no momento). Vamos lá:


1. Necessito fazer um exercício diário para não me flagrar emitindo alguma opinião carregada de preconceito (seja ele de qualquer ordem);


2. Não sei cuidar muito bem da morada da minha alma - o meu corpo. Nos dois lados da minha família há uma forte carga genética que me predispõe a ter problemas cardíacos. Deveria fazer exercícios, boas caminhadas, mas não faço nada. Raramente como frituras e gordura animal não como desde os seis anos de idade. Mas os doces são minha perdição. E aí fico acima do peso. Já viram, né?


3. Não tenho a mínima tolerância pra gente que se aproxima de mim carregando seu ego num avião ou num transatlântico. Dou meia volta e deleto.


4. Tenho verdadeiro pavor de lagartixas, do ovo da dita ao dragão do Comôdo (coisa adquirida na infância e nunca superada). Daria meu parco reino pra não sentir isso!

5. Não consigo fingir, nem pra fazer aquela social. Fica tudo estampado no meu rosto (talvez, por isso goste tanto das máscaras). Já passei por muita saia justa por não conseguir disfarçar emoções e sentimentos.


6. Preciso de mais de oito horas de sono, senão o bom humor vai pro brejo.


7. Não sei lidar com dinheiro (nem com muito, nem com pouco).


Passo o desafio para transatlantico-viajante, tons-e-sons, intruso, gentepaisagens, arteminorca e frog (na esperança de que eles aceitem, lógico)

Um dos panôs de parede pintados por mim.

Adoro máscaras pelo prazer de descobrir o que existe por trás delas.

sábado, setembro 09, 2006

Uma noite cheia de presenças musicais lá no Aconchego da Zuzu


Querido Ricardo Andrade, que trouxe o seu violoncelo pra encher a nossa noite de bossa. Ao lado dele, Wellington Mendes e seu o trompete de ouro.


Sir Wellington Mendes e o seu finíssimo trompete. Presença cheia de classe.


O presente surpresa da noite: Grupo Cama de Voz. Rapaziada super jovem, vocal perfeito e repertório de primeira. Ótima opção para o happy hour das quartas-feiras, no Aconchego da Zuzu. 10!

Contamos ainda com as canjas de Raul Bermudes e o seu violino ( o charme do Cubano mais baiano da face da terra), e o gostoso Chorinho de Gilson Verde (violão de sete cordas) e Carlinhos (bandolim) . Preciso dizer que a noite foi maravilhosa?

E na formação original: Letícia Gabian (voz), Leonardo Barros Reis (violão) e Pedrinho Sergipano (pandeiro).



quinta-feira, setembro 07, 2006

Tema para ampla discussão:

"Quase sem querer, provoquei uma discussão dos diabos num papo entre amigos, ao trazer à tela uma declaração do insuspeito Chico Buarque: “Eu faço letra de música, não poemas”. Durante vários dias, via Internet, duas facções duelaram com todos os argumentos e exemplos possíveis, tentando justificar um sim ou não àquela pergunta. Aliás, não havia só duas posições: Os relativistas de plantão também provavam que “às vezes é, às vezes não”.


... Uma bela letra de música e um bom poema são como pérolas, idênticas ao nosso leigo olhar. Ao ler ou ouvir versos dos quais não conheçamos a origem, podemos nos confundir. O que as distingue, no fundo, é a origem e a intenção. Para que foram feitas, como surgiram. Mas aí já estamos tentando explicar o mistério da criação, assunto ainda mais anguloso. Acredito que em muitos botecos essa discussão pegue fogo, após ouvir uma canção do Chico."


Letra de Música é Poesia?
por Daniel Brazil - Oficina do Pensamento


Quero saber a opinião de vocês. O espaço está aberto. Que rufem os tambores!!!!!!
Beijos!!

terça-feira, setembro 05, 2006

Canção - Cecília Meireles


Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Canção do amor que chegou

Eu não sei, não sei dizer
Mas de repente essa alegria em mim
Alegria de viver
Que alegria de viver
E de ver tanta luz, tanto azul!
Quem jamais poderia supor
Que de um mundo que era tão triste e sem cor
Brotaria essa flor inocente
Chegaria esse amor de repente
E o que era somente um vazio sem fim
Se encheria de cores assim
Coração, põe-te a cantar
Canta o poema da primavera em flor
É o amor, o amor chegou
Chegou enfim

sábado, setembro 02, 2006

Músicas

Links para algumas músicas cantadas por Leticia Gabian:


sem compromisso (Geraldo Pereira/Nelson Trigueiro)
atrás da porta (Chico Buarque/Francis Hime)
chega de saudade (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
vento vadio (Letícia Gabian/Horácio Barros Reis)
vivo sonhando (Tom Jobim)
corcovado (Tom Jobim)