sábado, junho 30, 2007

Voltando às Coisas da Noite...

Duo Barros Reis (Leonardo e Horácio)



Pedrinho Sergipano


Diego Bruno



Wellington Mendes



João Carlos





Logo quando criei o meu blog, iniciei uma série de posts intitulada Coisas da Noite, na qual contava um pouco das alegrias e desventuras por que passava, nas minhas apresentações pelos bares e festas particulares. Volto, agora, à série, para mais um relato.

Como já devem saber, venho cantando, desde novembro de 2004, no Aconchego da Zuzu. Lá, tenho o prazer de ser acompanhada pelo pandeiro esperto de Pedrinho Sergipano, pelo violão impecável de Horácio Barros Reis e por alguns outros excelentes instrumentistas que, eventualmente, vêm se juntar à nossa formação.

Como acontece em quase todos os cantos do Brasil, salvo algumas exceções, as pessoas não têm o mínimo respeito pela música ao vivo. Consideram que ir a um bar ou restaurante apenas signifique comer, beber e conversar com os amigos (no tom de voz que bem lhes aprouver). Tudo bem... É cultural. Tudo bem... Mas, é de uma pobreza de espírito sem tamanho!

Como se já não bastasse esse fato infeliz e imutável, outra coisa vem me incomodando bastante. Temos, radicado aqui em Salvador, um excelente instrumentista, concertista de renome internacional. O seu violão clássico é mesmo um dos melhores. Para nossa sorte, ele já esteve algumas vezes lá na Zuzu e nos deu o prazer de uma super canja. Até aí tudo bem. Maravilha. Mas, o que me incomoda é o fato de que a audiência, antes uma verdadeira turba, cala-se ao som do primeiro acorde produzido pelo dito concertista. O silêncio é feito. E, se uma mosca ousar zumbir será bombardeada por uma rajada de xiiiiiiiiiii!

Ora, então somente o renomado instrumentista merece tal tratamento? Não entendo e não aceito isso. Os meus meninos (como carinhosamente costumo me referir aos meus músicos) são tão bons quanto. O Pedrinho parece ter um metrônomo nas mãos, de tão seguro que ele é do andamento do seu pandeiro. Não se perde nunca. Horácio, no seu violão versátil, é capaz de tocar ou acompanhar qualquer gênero, qualquer ritmo, em qualquer tonalidade. Sem falar que também é gente grande do clássico ao popular. E, falando dos que eventualmente lá aparecem como Diego Bruno (um guitarrista dos melhores, dono de uma capacidade de improviso sem igual), João Carlos (e o seu acordeon apaixonante), Leonardo Barros Reis (outro violão de respeito), Wellington Mendes (um trompetista de primeira) e tantos outros, nada deixam a desejar.

Dá pra entender?


24 comentários:

Tiago disse...

Essa falta de respeito com os músicos que tocam na noite é mesmo de matar letícia. Um velho mau-hábito em vários lugares do Brasil, desrespeito com os músicos e com outras pessoas que estão ali para apreciar sua música.

Beijos.

P.S.: Quando eu for em SSA com mais tempo, vou ver se apareço lá para ver o som de vocês.

o alquimista disse...

Estou a preparar os ficheiros para te enviar...


Saberás que os sonhos, moram nas gotas de orvalho que um arco-íris solta, em coração desencontrado. Saberás que os passos errantes de um louco na procura do norte, não deixam marcas no pó, tão pouco são rumo para a sorte.


Bom fim de semana


Doce beijo

Maria disse...

Não dá não, Amiga.
Aqui passa-se o mesmo. A falta de respeito por quem dá o melhor no seu trabalho é notória. Seja o trabalho de música, na noite, ou dia dia, é igual...

Até mais logo, Amiga

Beijão grande

Naeno disse...

Letícia, eu também canto na noite, estou afastado um pouco, estou dedicado à gravação do meu quatro cd. Mas as coisas por aqui são bem diferentes. O que cantamos é ofuscado pelo burburinho das pessoas. Eu, particularmente me incomodo muito com isso, acho que o espaço que se propões a colocar música ao vivo, como se chama, tinha de desenvolver um sistema de triagem, ou mesmo chegar a indicar, em placas ou ao ouvidos dos barulhentos de que a música é a atração. Eu já deixei de cumprir contrato em função dessa falta de respeito.

Quando eu for na Bahia, Nega, vou dar uma canja contigo.
Um beijo
Naeno

L. disse...

um beijo, leticia,

um grande, do lado de cá.

Daniel Aladiah disse...

Sim, a fama traz esse respeito, mas não deixas de ter razão, seria bom que houvesse o mesmo respeito por todos. Contudo, nesses bares as pessoas querem mesmo conviver e assumem que a música é acompanhamento de fundo, não será?
Um beijo
Daniel

Mié disse...

Querida Leticia.

Pois é, temos sempre a mania que o que é bom é o que vem de fora.

Nunca damos o devido valor ao trabalho feito pelos artistas do nosso País.

É realmente uma falta de respeito, estar num local onde há música ao vivo, e agir como se não se passasse nada, eu também reparei nisso quando estive aí da última vez...fazer o quê????

Não podemos andar à estalada aos barulhentos e insensíveis...

Um grande beijo, bom domingo.

o Reverso disse...

hoje é já o primeiro de julho.
desejo que a noite de sexta tenha corrido bem, com pouco barulho da assistência.
bom mês.
um beijo.

Mário Margaride disse...

Olá Letícia,

Estou de volta! Depois de uma certa atribulação por causa do lançamento do meu livro, e não só...Aqui estou de novo na tua bela casinha!

É com muito prazer que vejo toda esta alegria, e camaradagem, que aqui nos mostras. Num ambiente fantástico! De música e alegria.

Fico feliz por ti minha amiga.

PS: a Maria, do "CHEIRO DA ILHA",já me contactou por e-mail, e estamos a tratar do envio dos livros, ok?
Ela naturalmente vai dizer-te isso mesmo. Mas achei que devia dizer-te já aqui, certo?

Grande beijinho querida amiga!

Leticia Gabian disse...

Tiago,
Venha, sim. Vai gostar, posso lhe assegurar.
Beijinhos

Leticia Gabian disse...

Alquimista,
Continuo na espera.
Beijinhos

Leticia Gabian disse...

Maroca,
É triste. Os valores andam tão trocados, não é mesmo?
Grande beijo

Leticia Gabian disse...

Venha, sim, Naeno.
Mas, se a gente for escolher os lugares onde se apresentar em função de menos barulho, não se trabalha por aqui. É uma pena.
Beijinhos

Leticia Gabian disse...

Luís,
Outro, do lado de cá

Leticia Gabian disse...

Daniel,
Para que a música ao vivo seja pano de fundo, é preciso que as pessoas conversem num tom que permita que essa música seja escutada por todos. É o que não acontece. O desrespeito é imenso. Imagine que não estou a falar de música ambiente, eletrônica. Estou a falar de gente viva, pulsante, que está ali a executar um trabalho com a intenção de levar deleite e prazer a quem está presente.
Quem não gosta de música ao vivo, que vá a um lugar onde não haja. É simples!

Leticia Gabian disse...

Mie,
Pois é. Vês como não estou exagerando? A coisa é mesmo terrível. Tem lá uns dias nos quais os deuses nos presenteiam com a platéia perfeita. Mas são muito raros. E a gente vai levando.
Grande beijo, querida

Leticia Gabian disse...

Olá, Triliti!
A sexta-feira foi barulhenta. Mas, pra compensar, tivemos algumas visitas de execentes amigos músicos...Daí a gente abstrai a zoada e faz a festa entre nós mesmos.
Um bom mes de julho, também pra ti
Beijão

Leticia Gabian disse...

Olá, Mário!
Espero que tudo tenha corrido como imaginei e desejei pra ti o teu livro.

A Maria vai me falar, sim.

Grande beijo, querido

Moinante disse...

Olá querida amiga , só hoje pude estar online .
Gostei das fotos e da amizade que por aí existe , é isto que nos faz viver com aesperança de que o mundo um dia seja melhor , sem guerras nem terrorismos ...

Beijos de amizade , resto de bom domingo .

( V episódio da Natércia já está editado )

Leticia Gabian disse...

Moinante,
É mesmo muita amizade, acompanhada de boa música.
Também tenho essa esperança.

Beijinhos

Déa disse...

Falou muuuuito bem, amiga. Beijos By the way, ADOOOOORO vocês todos! Beijos

O Sibarita disse...

Ô minha Cumadi! Pô o que a senhora fala é duro viu?

O Problema é que o povo não está educado ainda... fazer o que?

Toque o barco para Lapinha! kkk

bjs
O Sibarita

Leticia Gabian disse...

Déa,
Beijinhos pra ti.

Leticia Gabian disse...

Cumpadi,
Pra Lapinha, meu barco vai com ou sem vento a favor.
Beijão