Querida amiga, desculpe-me tanta ausência, é que estive um bom tempo marcado de perto por uma depressão daquelas de deixar a gente desconhecendo as paredes. Mas eu estive produzindo esse tempo.
Olha este poemeto, que eu queria que tu jogasse uma foto linda dessas tuas à frente dele:
PAUTA
Eu queria fazer um poema Assim, métrico, Tenso, como um fio elétrico Para que todas as manhãs Os pássaros viessem pousar e cantar. Eu queria fazer uma música Na pauta tensa da rua, Para todas as noites, a lua, Tocar nela e rebrilhar.
Recupera depressa minha amiga. Já sei que a nossa Maria esteve contigo aí na Baía e que foram umas férias belissímas. Entretanto eu te deixei uma lembrança para ti no paúl dos patudos. bjo e rápidas melhoras AP
Maroca, Bem podes imaginar o que o médico me disse. Pensei que havia entrado numa máquina do tempo e voltada a ter dez anos de idade. Foi mesmo um pito daqueles! A Zuzu foi boa, mas a perna não me deixava ficar como sempre. Não encontava uma posição e toda hora mudava...Enfim, entre joelhos imobilizados e feridos, salvaram-se todos. Perguntaram, carinhosamente, pela "portuga". E os meus meninos (Horácio e Pedrinho) te mandaram um beijo grande. Maroca, não vistes meus panôs, pois já não existem mais. Vendi todos há muito. Podes ver pelas fotos e só quando fizer outros.
Naeno, É uma perna muito chata mesmo. Por isso está de castigo. Gostei do teu poema. Vou fazer o casamento dele com uma foto. Aguarde. Depressão? Olha que é mais chata que joelho inflamado! Mas, tudo passa e a gente fica novo de novo. Beijão
Antes de mais nada, desculpas pelo espaço que vou tomar no teu blog. Depois deleta-o. Era um texto do césar que eu transformei em poesia, vê se gostas.
O VÉU DE SANTANA
Amo quando a cidade desperta vestida de neblina, Como uma peça fina e delicada a cobrir seus pudores, A amenizar a dureza de seus contornos e de seu cotidiano, Como se, de repente, fosse de céu, Apenas, o horizonte de nosso olhar. Amo quando estes fiapos de vento do mar, Vindo das bandas da Bahia, Resfriado na evaporação das águas, nos domínios de Yemanjá, Se fazem feirenses, desmanchando-se feito amantes no cio Nos braços matinais e domadores do calor sertanejo, Que limita seu viajar e o transforma em vapor Esbranquiçado e cerração urbana. Amo quando esta neblina silenciosa e cedeira Vem e invade nossos corpos sob as cobertas, Feito companheira e amada, cúmplice de sono e sonhos, Neste passar sem destino que é o dormir. E quando empurra a manhã para depois, Como se o dia pudesse custar a começar, A vida não fosse o desencanto de ser, E tudo se fizesse nesta preguiça de coisa alguma, neste tardar de não ir. Amo quando esta festa de névoa e bruma faz parecer Que abrir os olhos é inventar um sertão de fantasia, Algodão-doce de menino, brincadeira de circo, Feitiço de esconde-esconde, das ruas descalças, Das cores mal pintadas, dos homens maus, Das exigências e ordenações, das obrigações inevitáveis. É como se fosse possível dançar nu, de nobrezas, Títulos e vergonhas, por entre as árvores, Até o orvalho mais derradeiro de suas folhas, De suas flores de enfeitar ilusões E flutuar nesta esteira de ar, Como quem adormece sobre a pureza E a ternura depois de uma longa noite de amor. Amo a cidade disfarçada sob a cor única de seu véu, A Feira, que lava suas dores neste anonimato urbano, Como um abraço sem distinção de credos e ruas, Todas iguais, como uma redenção do imaginário, Sem rudezas, como se tropeiros tangessem, Ainda, seus burros com barris e caçuás, Suas boiadas, na poeira, e apenas o aboio Pudesse nos guiar enquanto o álibi deste vento Protetor e liquefeito cerca as lonjuras para quem acorda. Amo a cidade rodeada de neblina, Como se estivesse num cesto ao avesso e o céu fosse chão, E os bocapius pudessem ser abarrotados de esperanças Nestas manhãs que se fazem num tecer de artesão, E não no correr de cavalos encantados, Mas na lentidão maturada e musical de um carro de boi. E, quando o sol se assume de responsabilidades, E lentamente começa a desnudar minha aldeia De sua capa de inocência e serenidade para devolvê-la À agitação cotidiana e urgente, me desfaço. Mas, enquanto for este inverno, viverei de me reinaugurar, Ainda que por breve ser, sob o véu de Santana.
Pitanguita, Mas adivinhas tudo, mulher! Foi assim mesmo que aconteceu. Vê só o quadro: eu lá sentada, com a perna esticada, sendo enfaixada... O médico a zumbir no meu ouvido...E eu a pintar a mandala, enquanto assoviava "....pode me bater, mas eu não mudo de opinião....". Poético, né? Hehehehe! Só mesmo, vosmecê! Beijocas
Ói minha Cumadi! Bela mandala e traz a leveza mesmo para a alma! Que bom!
Vim em casa rapidamente ontem à noite e coloquei a poesia Diagonal, tentei entrar aqui diversas vezes e não consegui, somente acontecendo agora depois de vária tentativas e assim mesmo nesse post. Voltarei com mais calma para escrever em todos os posts certo?
Meu Pai continua hospitalizado, melhorou sim, agora estou indo para o hospital, acho que essa semana ele terá alta.
E aí, Leti? Estive a ler para baixo e fiquei a saber que deu cãimbra em você, com direito a tala e tudo, né? Não posso te largar um bocadinho, que cê logo adoece, pô?! :-P
Boa, esta mandala! Minha shirt que tu fez já está na mala de viagem. Uma tuga com a bandeira do brasil sobre o peito, que tal a mensagem? Eu vou adorar! :-)))
As melhoras e um grande abraço meu, minha querida!
Amiga-poema, Pois é... Aprontei por aí e fiquei de joelho machucado. Mas, já Tô quase boa. Uma tuga com a bandeira do Brasil no peito é o que há!!!!!!! Quero uma foto.
22 comentários:
MANDALA em Lisboa são os criadores do Contra-informação.
Curiosidades da lingua irmã.
É mesmo curioso. E tem tanta coisa mais!
Beijão
Eu desconfiei quando disseste que tinhas tirado o gesso.... ele não estava lá por acaso....
Menina, menina, foi o que o médico disse...
Esta mandala é linda. E acabei não vendo os teus panôs, ôxente, que falta de tempo...
Ai, saudade de logo...
Beijos meus a quem lá estiver
Para ti, um enorme
Mais um belo trabalho teu!
Querida Letícia, és um poço de talento.
Beijinho grande!
Sobre a perna: menina danada!!!! Fica queita!!!! Beijos e melhoras
Quer dizer que estamos sem você neste pan. Que pena. Que perna chata. Meu Deus, tô com saudades de ti.
Querida amiga, desculpe-me tanta ausência, é que estive um bom tempo marcado de perto por uma depressão daquelas de deixar a gente desconhecendo as paredes.
Mas eu estive produzindo esse tempo.
Olha este poemeto, que eu queria que tu jogasse uma foto linda dessas tuas à frente dele:
PAUTA
Eu queria fazer um poema
Assim, métrico,
Tenso, como um fio elétrico
Para que todas as manhãs
Os pássaros viessem pousar e cantar.
Eu queria fazer uma música
Na pauta tensa da rua,
Para todas as noites, a lua,
Tocar nela e rebrilhar.
Um beijo saudozo
Naeno
ô português escroto. saudozo... é saudoso.
Naeno
Recupera depressa minha amiga. Já sei que a nossa Maria esteve contigo aí na Baía e que foram umas férias belissímas.
Entretanto eu te deixei uma lembrança para ti no paúl dos patudos.
bjo e rápidas melhoras
AP
Maroca,
Bem podes imaginar o que o médico me disse. Pensei que havia entrado numa máquina do tempo e voltada a ter dez anos de idade. Foi mesmo um pito daqueles!
A Zuzu foi boa, mas a perna não me deixava ficar como sempre. Não encontava uma posição e toda hora mudava...Enfim, entre joelhos imobilizados e feridos, salvaram-se todos. Perguntaram, carinhosamente, pela "portuga". E os meus meninos (Horácio e Pedrinho) te mandaram um beijo grande.
Maroca, não vistes meus panôs, pois já não existem mais. Vendi todos há muito. Podes ver pelas fotos e só quando fizer outros.
Beijo grande, grande
Amigo Mário,
Olha que quem fala é dono de um traço muito giro!
Beijo grande, querido
Déa,
Estou quieta sim. Já criei juízo!
Beijo
Naeno,
É uma perna muito chata mesmo. Por isso está de castigo.
Gostei do teu poema. Vou fazer o casamento dele com uma foto. Aguarde.
Depressão? Olha que é mais chata que joelho inflamado! Mas, tudo passa e a gente fica novo de novo.
Beijão
Ana,
Sim, a Maria esteve por aqui e foi muito bom.
Já vou lá no teu cantinho.
Beijinhos
Antes de mais nada, desculpas pelo espaço que vou tomar no teu blog. Depois deleta-o. Era um texto do césar que eu transformei em poesia, vê se gostas.
O VÉU DE SANTANA
Amo quando a cidade desperta vestida de neblina,
Como uma peça fina e delicada a cobrir seus pudores,
A amenizar a dureza de seus contornos e de seu cotidiano,
Como se, de repente, fosse de céu,
Apenas, o horizonte de nosso olhar.
Amo quando estes fiapos de vento do mar,
Vindo das bandas da Bahia,
Resfriado na evaporação das águas, nos domínios de Yemanjá,
Se fazem feirenses, desmanchando-se feito amantes no cio
Nos braços matinais e domadores do calor sertanejo,
Que limita seu viajar e o transforma em vapor
Esbranquiçado e cerração urbana.
Amo quando esta neblina silenciosa e cedeira
Vem e invade nossos corpos sob as cobertas,
Feito companheira e amada, cúmplice de sono e sonhos,
Neste passar sem destino que é o dormir.
E quando empurra a manhã para depois,
Como se o dia pudesse custar a começar,
A vida não fosse o desencanto de ser,
E tudo se fizesse nesta preguiça de coisa alguma, neste tardar de não ir.
Amo quando esta festa de névoa e bruma faz parecer
Que abrir os olhos é inventar um sertão de fantasia,
Algodão-doce de menino, brincadeira de circo,
Feitiço de esconde-esconde, das ruas descalças,
Das cores mal pintadas, dos homens maus,
Das exigências e ordenações, das obrigações inevitáveis.
É como se fosse possível dançar nu, de nobrezas,
Títulos e vergonhas, por entre as árvores,
Até o orvalho mais derradeiro de suas folhas,
De suas flores de enfeitar ilusões
E flutuar nesta esteira de ar,
Como quem adormece sobre a pureza
E a ternura depois de uma longa noite de amor.
Amo a cidade disfarçada sob a cor única de seu véu,
A Feira, que lava suas dores neste anonimato urbano,
Como um abraço sem distinção de credos e ruas,
Todas iguais, como uma redenção do imaginário,
Sem rudezas, como se tropeiros tangessem,
Ainda, seus burros com barris e caçuás,
Suas boiadas, na poeira, e apenas o aboio
Pudesse nos guiar enquanto o álibi deste vento
Protetor e liquefeito cerca as lonjuras para quem acorda.
Amo a cidade rodeada de neblina,
Como se estivesse num cesto ao avesso e o céu fosse chão,
E os bocapius pudessem ser abarrotados de esperanças
Nestas manhãs que se fazem num tecer de artesão,
E não no correr de cavalos encantados,
Mas na lentidão maturada e musical de um carro de boi.
E, quando o sol se assume de responsabilidades,
E lentamente começa a desnudar minha aldeia
De sua capa de inocência e serenidade para devolvê-la
À agitação cotidiana e urgente, me desfaço.
Mas, enquanto for este inverno, viverei de me reinaugurar,
Ainda que por breve ser, sob o véu de Santana.
Um beijo
Naeno
Diz lá: essa Mandala fizeste enquanto assobiavas para disfarçar o fora que o médico te deu.
Menina Travessa!!
beijinhos e...sabes como é o dono do computador chegou.
Muito bem, Naeno.
Beijo
Pitanguita,
Mas adivinhas tudo, mulher! Foi assim mesmo que aconteceu. Vê só o quadro: eu lá sentada, com a perna esticada, sendo enfaixada... O médico a zumbir no meu ouvido...E eu a pintar a mandala, enquanto assoviava "....pode me bater, mas eu não mudo de opinião....". Poético, né? Hehehehe! Só mesmo, vosmecê!
Beijocas
Ói minha Cumadi! Bela mandala e traz a leveza mesmo para a alma!
Que bom!
Vim em casa rapidamente ontem à noite e coloquei a poesia Diagonal, tentei entrar aqui diversas vezes e não consegui, somente acontecendo agora depois de vária tentativas e assim mesmo nesse post. Voltarei com mais calma para escrever em todos os posts certo?
Meu Pai continua hospitalizado, melhorou sim, agora estou indo para o hospital, acho que essa semana ele terá alta.
Me aguarde viu fia? kkkk
bjs.
O Sibarita
Cumpadi,
Muito bom saber que o seu painho está melhor. Saúde muita, pra ele!
Beijão pra ti
E aí, Leti?
Estive a ler para baixo e fiquei a saber que deu cãimbra em você, com direito a tala e tudo, né?
Não posso te largar um bocadinho, que cê logo adoece, pô?! :-P
Boa, esta mandala! Minha shirt que tu fez já está na mala de viagem. Uma tuga com a bandeira do brasil sobre o peito, que tal a mensagem? Eu vou adorar! :-)))
As melhoras e um grande abraço meu, minha querida!
Amiga-poema,
Pois é... Aprontei por aí e fiquei de joelho machucado. Mas, já Tô quase boa.
Uma tuga com a bandeira do Brasil no peito é o que há!!!!!!! Quero uma foto.
Boa viagem e se cuida bem.
Beijão
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